Tempos de Identidade
v o l u m e
#03
a u t o r e s
Ana Ramos, António Antunes, Bruno Mendes, Carlos Piçarra, Carlos Serre, Fernando Curado Matos, Inga Pyata, Isidro Gomes, João Delgado, José Fadista, Luciano Guedes, Manuela Seabra, Márcio Silva, Mário Carvalho, Nuno Realinho, Peter Karbs, Ricardo Barrelas, Rui Parreira, Sérgio Morais, Vítor Sousa, Zito Delgado
e d i t o r
José Godinho
d e s i g n
marcvaz.com
e d i ç ã o
Outubro 2020
i m p r e s s ã o
Europa
i s b n
978 989 54891 4 5
Prefácio
A fotografia é um Amor maior.
Mais do que qualquer língua falada ou escrita, a fotografia é uma linguagem universal. Quando se observa uma fotografia, metade do se quer transmitir, é decifrado pelo olhar. Como tal, a fotografia é um processo que nos permite criar e recriar imagens do mundo. Conectada a muitas vezes com uma intenção consciente ou inconsciente `a qual chamamos da “nossa visão desse mundo”. Toda a fotografia encerra em si vivências, experiências e conhecimentos adquiridos ao longo da vida pelo fotógrafo. Não há duas fotografias iguais. É essa diversidade de visões, muitas vezes sobre um mesmo tema, que torna o fotografar num acto tão imenso e inesgotável.
O livro TEMPOS DE IDENTIDADE é um livro que retrata essas mesmas visões e o quanto elas diferem. Um livro de retratos. Afastados entre si, geográfica e temporalmente. Mas unidos por um mesmo propósito. A intemporalidade. Os rostos que, simbolicamente, nos retornam visões distintas, largamente afastadas umas das outras e no entanto que se tocam, intimamente, pelo amor à Arte. Duas palavras tão poderosas: Amor e Arte é o que une este grupo de autores. A fotografia não é mais do que a contemplação: é o prazer do espírito que penetra em cada rosto que fotografamos e descobre que, também ele, tem uma alma. Dar alma a cada rosto, a cada momento captado é o objetivo comum deste livro. Cada fotografia é uma personalidade. Cada fotógrafo perde-se e reencontra-se na perpétua busca da sua identidade em cada rosto que retrata. O fotógrafo vive em cada fotografia. Depois de uma busca incessante dentro dela.
A busca pela alma.
A busca pelo tempo infinito.
A busca pela intemporalidade.
A busca pela fotografia que fica.
Neste livro cada retrato é pintado com a alma, do fotógrafo, do modelo. Diz-se que o tempo flui e que nada resiste ao tempo, como uma grande duna que grão a grão se vai desfazendo e sendo esquecido. Mas não a fotografia. Cada traço do rosto, cada história, cada dor, cada amor fica para sempre tatuado em cada fotografia. Em cada olhar, em cada ruga, em cada expressão que fotografamos. E não há tempo que não lhe resista, porque fotografia é a arte da Alma que perdura no tempo.
Tempos de identidade é uma obra de Arte que perdura no tempo e que permanecerá, para sempre, como uma ancora de visões, como uma ancora de Almas.