Fotografia, uma arte de sentimentos!

A fotografia é uma das manifestações artísticas mais recentes e aquela que mais acessível se tornou, tanto a produtores como a apreciadores. Começou por ser a preto e branco e, nas primeiras décadas do século passado, as cores começaram a dar uma vida nova às imagens fotografadas. Com espanto, mas sem surpresa, as cores viriam para reinar e, progressivamente, a fotografia a preto e branco passaria a ser considerada antiquada. Nos dias de hoje, a tecnologia facilita a arte da fotografia, possibilitando inúmeras manipulações de cores e de formas, quase sem limites. Contudo, em alguns fotógrafos e no público mais exigente existe uma necessidade de regressar às origens, uma doce nostalgia que parece ofertar o mais primoroso requinte e uma vontade em retornar ao mais primitivo modo de ver e entender a arte da fotografia. Para esses, em que se incluem os fotógrafos que nesta obra expõem essa vivência, revela-se uma feliz aproximação desta arte aos sentimentos que, do preto ao branco, calcorreiam na diversidade dos tons, dos contrastes, das formas e das texturas.

A dimensão do puro preto e branco ou aquela que varia pelos tons cinzentos carrega em si uma enorme riqueza, a sua própria simplicidade. A ausência de cores torna o monocromático despojado de artificialismos e privilegia a atenção do essencial. Emoções, sentimentos ou uma vã sensação são despoletados de uma forma mais intuitiva e genuína. A ausência de cores oferece uma vida maior ao objeto, à pessoa ou ao motivo fotografado, parecendo que sussurra uma história.

Nesta obra reúnem-se olhares únicos, distribuídos por diferentes temáticas e abraçando a sensibilidade de um mundo que é colorido, mas que pode ser lido e visto a preto e branco. Olhares que comungam da mesma paixão e que fervem num ardente gáudio quando conseguem captar aquela imagem, sem voz, e que tudo diz. Esta obra é, pois, um recanto de um engenho maior que ainda apaixona fotógrafos e em que as imagens não necessitam de mil palavras para narrarem o que cada um de nós pretende escrever com luz.