O Nosso Olhar no Mundo

v o l u m e
#04

a u t o r e s
Bernardo Lorena Ponte, Carlos Plácido, Cristina Santos Pinto, Fernando Matos, Ilda Silva, Joaquim Galante, José Serrano, Monteiro Gil, Nuno Cândido, Pedro Bello, Pedro Galamarra, Pedro Nascimento, Rui Rocha, Sacha Gonçalves, Victor Rabaça

e d i t o r
José Godinho

d e s i g n
marcvaz.com

e d i ç ã o
Setembro 2020

i m p r e s s ã o
Europa

i s b n
978 989 54891 1 4

Prefácio

Independentemente do significado que possa ter para cada pessoa, a fotografia, é provavelmente a forma de arte, mais abrangente pelo modo como, nos dias de hoje, se encontra acessível sendo utilizada por milhões de pessoas em todo o mundo.
Está de tal forma democratizada, que qualquer pessoa pode, com um simples telemóvel e com a utilização (ou não) de uma qualquer aplicação de edição de imagem, capturar momentos, sentimentos ou experiências.
Mas mais do que capturar e eternizar determinado momento, a fotografia consegue transmitir um conjunto de sensações, pois a sua capacidade de expressão vai muito além da imagem. Aliás a própria definição de fotografia (foto = luz + grafia = escrever) encerra em si um significado muito mais amplo do que a da imagem.
O ato de fotografar representa uma forma de expressão com uma latitude limitada apenas pela mente, olhar e criatividade de quem está por detrás de uma máquina de fotografar e uma objetiva.
Existem inúmeras formas de traduzir uma mesma realidade. É sempre possível observar uma imagem e redefini-la, ajustando a luz de forma diferente, outras cores, conferindo perspetivas e dando azo a novas interpretações.
Ao contrário por exemplo, da escrita, onde tudo tem de ser retratado por palavras, uma fotografia confere uma visão imediata, distante e ao mesmo tempo sonhadora. As fotografias têm isso: dimensão, sonho, ambição e captam momentos únicos que dificilmente se conseguem descrever por palavras.
Para além da intenção do fotógrafo, do propósito com que se tirou determinada fotografia, da motivação que levou a tal, existe também a forma como a mesma é apreendida por quem vê e lê a fotografia.
E as interpretações, sentimentos e sensações podem ser tão diferentes. A mesma foto tem a capacidade de provocar sensações totalmente opostas a pessoas diferentes. E haverá algo de errado nisso?
A fotografia até poderá ser uma forma de arte massificada pela sua acessibilidade, mas a criação da fotografia e a sua interpretação serão sempre únicas.
Nas palavras de Jefferson Luiz Maleski, “O escritor e o fotógrafo utilizam as mesmas ferramentas, mas enquanto um descreve uma imagem com mil palavras o outro descreve mil palavras com uma imagem.”
Este livro, “O Nosso Olhar no Mundo, vol. 4” pretende convidar à interpretação pessoal, as expressões realizadas por estes 15 fotógrafos.

by Sacha Sousa Gonçalves
Fotógrafo / Autor
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