A Natureza no Mundo

v o l u m e
#05

a u t o r e s
Miguel Almeida Bruno, Ana Mendes do Carmo, Paulo Pinto, Gui Costa, Paula Alçada Castela, Paulo Semblante Mendes, José Serrano, Hugo S. Esteves, Fernando Curado Matos, António Chora, António Vale, Carlos Plácido

e d i t o r
José Godinho

d e s i g n
marcvaz.com

e d i ç ã o
Março 2023

i m p r e s s ã o
Europa

i s b n
978 989 53554 9 5

Prefácio

A fotografia de Vida Selvagem é um caso particular dentro da fotografia e cheia de desafios onde quase não há tempo para alteração dos “settings” da camara e onde a luz é aproveitada nas condições que se apresenta não dando assim espaço a qualquer tipo correções e onde o fotografo tem que saber tirar partido das condições que se lhe apresentam naqueles derradeiros segundos, ou seja, distancia ao motivo, enquadramento possível, luz disponível, velocidades, etc.
O fotografo tem bastantes vantagens quanto maior conhecedor for do comportamento animal e as suas crenças, mas sobretudo sobre a sua linguagem corporal, que lhe servirá de “aviso” do que se vai passar nos próximos segundos. Esse fator dá-lhe alguma antecipação na preparação do equipamento que mesmo assim tem que ser muito rápida. Outro aspeto que ajuda qualquer fotografo de vida selvagem é o facto de ter que ser uma pessoa paciente para saber esperar pelo momento certo (por vezes uma verdadeira “tortura”). Costumo dizer que se queremos uma boa fotografia temos de ter paciência de felino e esperar pelo melhor momento e que por vezes é somente conjugar o posicionamento de um animal com um raio de luz.
Quem trabalha com este tipo de fotografia normalmente fá-lo com mais que uma camara por várias razões, o pouco tempo que tem em intercambiar lentes, corrigir os “settings” em cada troca das lentes colocadas no corpo da maquina, ganhar a capacidade de fotografar o mesmo animal a distâncias focais diferentes podendo assim tirar grandes planos e de enquadramento na paisagem tudo num só “setting”, além de que na maioria das vezes as condições não aconselham a abrir as maquinas (poeira ou humidade), hoje em dia já com algumas soluções para esta ultima mas que ainda leva o seu tempo e onde todos os segundos contam.
A proximidade aos protagonistas nem sempre é possível e por isso o uso de teleobjetivas de 400mm, 600mm e até de 800mm são a solução, principalmente para aves, tornando-se assim num tipo de fotografia muito cara. Se a isto adicionarmos os restantes fatores como transporte do equipamento e viagens aos destinos em busca dos protagonistas, rapidamente chegamos à conclusão de que é de facto difícil para o comum dos mortais.
Desejo muita sorte a todos os fotógrafos de vida selvagem que bem dela precisam!

by Miguel A. Bruno
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