Minimalism

v o l u m e
#01

a u t o r e s
Carlos Reis, Carlos Tojo, Fernando Barnabé, João Lelo, Miguel Machado, Raúl Silva Pereira

e d i t o r
José Godinho

d e s i g n
marcvaz.com

e d i ç ã o
Março 2023

i m p r e s s ã o
Europa

i s b n
978 989 35190 9 7

Prefácio

Em “Câmara Clara” (La Chambre Clare), Barthes conceptualiza a fotografia entre o studium e o punctum. Se o primeiro é, de uma forma simplista, o lado mais objectivo e concreto da fotografia (ligado ao operador, ao contexto, à composição, aos elementos que compõem a imagem e aos traços mais técnicos), já o punctum é, claramente, o lado subjetivo da imagem (o que na imagem se revela a quem a vê, o que emociona, agarra e “fere” o espectador). Nos projectos (mais) minimalistas, é, provavelmente, mais óbvio (ou mais directo) a identificação do punctum. A ideia subjacente ao essencial, ao simples, ao mínimo e à eliminação do desnecessário realça o elemento fundamental da composição e, porventura, o que nos prende e “fere” e agarra, o punctum. Em Minimalism o simples, o olhar mais atento aos detalhes e o realçar da simplicidade das composições, consubstanciam-se em marcas de contemplação, tranquilidade e calma. E de Paz. Em todas as imagens encontramos, portanto, uma espécie de ordem visual e o uso (coerente) do espaço negativo, sobressaindo as cores predominantemente suaves e leves, e, ao mesmo tempo, linhas simples, claras e perceptiveis. Talvez por tudo isto, Minimalism, ao ser folheado (e explorado), proporcione um conjunto variado (e diferente) de emoções. Tantas emoções quantas a dimensão de cada imagem proporciona (ou “fere”) a quem as olha.

by Miguel Machado

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